domingo, 13 de setembro de 2009

Entrevista "Defederico" pelo Lancenet

O novo "Messi" falou para o jornal o Lance, confira a entrevista:

LANCENET!: Como foi o seu começo na Argentina?
DEFEDERICO: Sempre joguei pelo Huracán, desde pequeno, quando minha mãe ainda me levava aos treinos.
LNET!:Quais as maiores dificuldades que você encontrou no começo da carreira?
D: A maior dificuldade foi o meu porte físico. Como sou muito pequeno, os treinadores não se animavam em me pôr em campo. Comecei a ganhar chance no elenco profissional aos 16 anos, mas treinava também com os garotos da minha categoria. No ano passado, com Angel Cappa (técnico do Huracán) pude jogar e demonstrar meu futebol, assim como outros jovens jogadores do clube. Tínhamos uma boa equipe e quase fomos campeões (do Torneio Clausura deste ano, perdeu para o Vélez Sarsfield). Fizemos excelente campanha.
LNET!: Os defensores tentam lhe intimidar por causa do seu tamanho?
D: Tenho em mente que todos os jogadores são maiores do que eu (risos). Tenho de me impor a essa dificuldade. Porém, quanto mais baixo, mais habilidoso. O que importa é a qualidade. Você tem de procurar o ponto fraco do seu defensor para poder atacar da melhor forma. Quando você conhece também a si mesmo, você sabe o que fazer. Não gosto quando me “batem”, mas tenho aprendido sempre e procuro chegar antes da marcação. Procuro também observar quando o defensor tem cartão amarelo e não pode mais fazer faltas. Esses pensamentos fazem você mais inteligente.
LNET!: O futebol argentino é mais pegado do que o brasileiro?
D: Os treinamentos no Brasil, talvez, sejam mais duros, mais rígidos. Mas o jogo é mais pegado na Argentina. A marcação é mais forte. No Brasil, você encontra mais espaço. Com isso, um jogador com a minha qualidade consegue jogar um pouco mais.
LNET!: Então, acredita que terá mais facilidade no futebol brasileiro?
D: Pelo que tenho visto, sim. Agora preciso ver como é dentro de campo, se é mais fácil ou não. O pouco que pude ver na partida contra o Santos e nos outros jogos pela televisão, parece que é um pouquinho mais fácil. O futebol argentino é bem mais pegado.
LNET!: Você prefere o futebol argentino ou o brasileiro?
D: Quero jogar uma partida no Brasil primeiro para poder responder a essa pergunta.
LNET!: Como estão sendo seus primeiros dias no Brasil?
D: Muito bons. Tem uma pessoa comigo 24 horas por dia e que me ajuda na hora de usar o telefone, se preciso (risos). Isso facilita muito. São Paulo é um pouco diferente de Buenos Aires, tem mais trânsito. Estou morando perto do clube para não me atrasar. Aos poucos vou me acostumando à cidade, mas é óbvio que aqui a cultura é outra, diferente. Mas estou tranquilo e estou ciente de que essas mudanças são constantes na carreira de um jogador de futebol.
LNET!: Você acredita em Deus?
D:Não muito. Vi que meus companheiros são bastante religiosos. Eu compreendo e respeito. Mas acredito mais na minha vó que morreu do que em Deus.
LNET!: E Maradona? É Deus?
D: Na Argentina, sim. Eu o Vejo como um grande ídolo. Foi o melhor jogador do mundo na sua época.
LNET!: E foi melhor do que Pelé?
D: Creio que sim. Pelé, quando jogava pelo Santos, tinha uma grande equipe. Já Maradona jogava sozinho no Napoli e foi campeão de muitos campeonatos, por isso acredito que foi o maior do mundo.
LNET!:Sua mãe deu entrevista à ESPN e afirmou que que você ligou para ela para dizer que tinha encontrado o Ronaldo no vestiário. Muitas pessoas perguntam sobre ele?
D: Sim, sim. Meus amigos, minhas família, todos me perguntam como é Ronaldo e o que ele faz. Estão todos emocionados por eu estar ao lado dele. Não são todos os jogadores que têm a sorte que estou tendo.
LNET!: Qual a sua real posição: armador ou ponta?
D: Tenho a facilidade de jogar nas duas funções. Na verdade, ainda não conversei com Mano para saber como ele vai querer me usar. Mas, graças a Deus, tenho a facilidade de jogar nas duas funções. Onde eu for aproveitado, vou procurar fazer o melhor para a equipe. O importante é estar entre os titulares.
LNET!: O Corinthians completa cem anos em 2010. Como você vê a comemoração do centenário?
D: No ano passado, o Huracán também comemorou cem anos, mas no Corinthians é bem diferente. Com a Libertadores, será um grande ano.
LNET!: Como foram as festas dos cem anos do Huracán?
D: Fizemos um jogo contra o Estudiantes e ganhamos por 1 a 0. Depois, teve uma grande festa privada no clube, com jogadores e dirigentes. Foi tudo muito bonito.
LNET!: E fora do futebol, como é sua vida e o que gosta de fazer?
D: Jogo bastante Playstation, gosto de conversar pelo MSN com meus amigos e familiares. Gosto muito de descansar, mas costumo também ir ao shopping comprar roupa. Não costumo fazer outra atividade física além do futebol. Não sou de ler muito. Costumo ver filmes.
LNET!: Que tipo de música gosta?
D: Ouço cumbia, como gostava Carlitos. Ouço também reggaeton, mas costumo variar bastante. No Brasil, você passa a ouvir músicas que não tinha o costume de ouvir.
LNET!: Tevez comemorava seus gols dançando. Você vai fazer isso?
D: Sou mais tranquilo nesse sentido. Ele (Tevez) tinha uma grande personalidade quando comemorava seus gols. Sou um pouco mais reservado. Prefiro festejar com a torcida e abraçar os companheiros.
LNET!: Quais são suas perspectivas para o futuro?
D: É óbvio que todo jogador tem em mente jogar um dia na Europa. Mas isso vem com o tempo. Primeiro tenho de me centrar aqui no Corinthians, fazer um bom trabalho, para, assim, ganhar uma chance em um grande clube europeu.
LNET!: Como está o povo argentino com o rendimento da seleção?
D: Não só eles estão tristes, como eu também. É um momento muito difícil, mas precisamos ser fortes. Maradona tem muita experiência e tenho certeza de que a Argentina vai se classificar para a Copa.
LNET!: Como você encara as gozações brasileiras com essa situação?
D: Quando a Argentina começar a ganhar, eu que vou brincar (risos). É apenas um momento ruim, mas você é obrigado a levar na brincadeira as gozações. Sabia que, se a Argentina perdesse para o Brasil, iriam brincar comigo. Já passou...
LNET!: Como você vê a comparação com Messi?
D: Messi é o melhor jogador do mundo e falta muito para chegar ao nível dele. Tenho um enorme caminho pela frente. Sei do peso dessa comparação, mas não aceito. Quero fazer o meu nome, a minha carreira e meu estilo de jogo.
LNET!: Como foi sua passagem pela seleção, com Maradona?
D: Foi uma ótima experiência. Mesmo jovem, tive a felicidade de ganhar uma oportunidade, jogar e até fazer um gol. Foi uma convocação muito importante para a minha carreira. Quero voltar.
Nota da redação: Em 20 de maio, a Argentina, formada por jogadores que atuam no país, ven-ceu o Panamá por 3 a 1 e Defederico fez um gol.
LNET!: Acha que ainda tem chance de jogar a próxima Copa do Mundo?
D: Não. Estou ciente de que existem outros jogadores com mais experiência na minha frente. É algo muito difícil, mas estou tranquilo. Tenho 20 anos e ainda tenho três ou quatro Copas do Mundo pela frente. Se as coisas continuarem bem, tenho fé que vou participar de uma.
LNET!: De acordo com os torcedores e os seus companheiros, qual o principal rival do Corinthians?
D: Creio que o São Paulo, mas existe uma grande rivalidade com o Palmeiras também. A partida mais próxima é contra o São Paulo e estamos nos preparando para isso.
LNET!: Qual o recado para a torcida do Corinthians antes da sua estreia?
D: Que fiquem tranquilos, pois vou trabalhar e tentar buscar o que eles pedem a um jogador. É muito positivo jogar pelo Corinthians.


MAIS DE DEFEDERICO...

Admiração por Ronaldo e duelo virtual.
-Acreditava que, quando chegasse em um grande clube como o Corinthians, Ronaldo já teria se aposentado. Mas, graças a Deus, hoje o tenho como companheiro. É um luxo compartilhar com ele os treinos e os vestiários. Não são todos que têm essa sorte. Ainda não joguei Playstation com Ronaldo, mas vou desafiá-lo na concentração (risos) - brincou.

O número 2 do mundo.
- Ronaldo foi o melhor jogador que vi jogar, sem dúvidas. Além dele, gosto muito do francês Thierry Henry. Sempre gostei do futebol dele. Mas Ronaldo foi muito melhor, é claro - elogiou.
 Em 2008, o Botafogo tentou contratá-lo.
 - Eu era muito novo, tinha 18 anos. Havia jogado pouco pelo Huracán, por isso não me liberaram. Graças a Deus, segui no clube e, hoje, estou no Corinthians - disse.
Final da Libertadores. Surpresa com o título do Estudiantes?
- Não fiquei. O Estudiantes é o melhor time da Argentina hoje por causa do talento dos jogadores. Graças ao Verón, que voltou ao clube, as coisas melhoraram muito para eles e o título não me surpreendeu, foi justo - opinou.

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